domingo, 5 de outubro de 2008

O CIRCO DAS ELEIÇÕES NO BRASIL


Numa verdadeira democracia o voto não é obrigatório. Vota quem tem consciência política. Muita gente aqui no Brasil vota no candidato porque o vizinho indicou, porque é amigo do fulano, porque fala bem na televisão, porque torce pra tal time de futebol o porque apareceu com a bunda de fora na revista.

E assim o povo aos montes elege jogador de futebol, padre, pastor, apresentador de televisão e até dono de prostíbulo e garota de programa. Nada contra. Cada um faz o que bem entender na sua vida profissional e privada. Política de verdade é sinonímo de vida pública. Votar em quem não tem um mínimo currículo é como entregar a direção de seu carro para quem não sabe dirigir direito. A chance de colisão é muito grande e o que é pior; chance de um acidente fatal.

Não sabemos votar e nos orgulhamos de possuir a melhor tecnologia de urna eletrônica do mundo.O problema não é a urna e sim quem está na frente dela.

Participamos de um circo e vocês já sabem bem qual nosso papel....


domingo, 28 de setembro de 2008

ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA


Blindness é um filme de 2008 produzido pelo dirigido por Fernando Meirelles, com roteiro baseado no livro de José Saramago, Ensaio sobre a Cegueira.
O filme foi rodado em Toronto
no Canadá, em São Paulo e Osasco no Brasil e Mntevidéu
no Uruguai. Juliann Moore e Mark Rufallo são os atores principais.
Uma epidemia de cegueira branca subitamente ataca a população que acaba confinada num depósito de doentes. Os sentimentos humanos como raiva, medo, erotismo, amor, compaixão. Apenas uma mulher dentre os milhares de cegos consegue enxergar, seria ela a única cega de verdade?

Li o livro duas vezes e me decepcionei com o filme.
Não que o filme seja ruim ou mal feito. Não que os atores sejam péssimos ou a fotografia não seja bela, belíssima por sinal.
Adaptar Saramago para o cinema é sempre uma tarefa difícil, para não dizer impossível.
Saramago não pode ser tarduzido ou adaptado. Tem um estilo único que faz dele, a meu ver, o maior escritor vivo do planeta.
Conheço muita gente que achou o filme maravilhoso, geralmente quem não leu o livro.
Quase sempre o livro é melhor que o filme. Nesse caso é incomparável.
Meirelles é um ótimo diretor. Apenas pode ter cometido a heresia de tentar adaptar Saramago para as telas.

domingo, 21 de setembro de 2008

CINEMA: LINHA DE PASSE












Estreiou em 05 de setembro de 2008 o filme:"Linha de Passe" de Walter Salles e Daniela Thomas.

Prometendo uma temática repetida e com um orçamento longe das grandes super produções o filme me surpreendeu.

Surpreende pela forma que trata de maneira crua e realista a vida de uma doméstica de classe baixa que mora com seus quatro filhos na periferia de São Paulo e para piorar ela está grávida do quinto filho, cujo pai desconhece. Atuações perfeitas.
Não foi á toa que a atriz Sandra Corveloni recebeu palma de ouro no festival de Cannes.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u405350.shtml

Prêmio muito pouco comentado na mídia, não divulgado de maneira satisfatótia ao grande público que se amontoa nas filas dos cinemas para ver filmes como Batman o cavaleiro das Trevas, A múmia e outros filmes americanos fantasiosos.
Na segunda semana de exibição fui assistir ao filme num grande cinema dentro de um shopping de São Paulo com capacidade para mais de 250 pessoas. Quarenta pessoas entraram.

Não que fugir á realidade possa ser um pecado. Pelo contrário é muitas vezes saudável e até necessário.
Porém, conhecer a realidade do lugar que se vive não é necessário é essencial.

Surpreende a atuação do ator Vinícius Castro, aquele garoto (agora já bem crescido) de Central do Brasil, lembram-se?

Surpreende também a trilha sonora de Gustavo Santaolalla músico argentino ganhador de dois oscars e responsável por trilhas sonoras de filmes como 21 gramas , Babel, Diários de motorcicleta e o Segredo de Brokeback Mountain entre outros.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gustavo_Santaolalla

O filme é na minha opinião um dos melhores nacionais que assisti.
Bela fotografia, ótima atuação dos atores, filmagem excelente, música impecável.
O filme além de sensibilizar o expectador prima pela estética e respeita a
Teria condições de disputar o Oscar, mas ficou fora da indicação.
Isso me entristeceu , mas não surpreendeu.

Não poderia ser diferente num país que quer se esconder e não encarar sua própria identidade.

É o Brasil virando-se de costas para o Brasil.

Exatamente como numa cena do filme aonde um dos filhos de Cleuza, o motoboy Dênis , sequestra um executivo que estava numa pick-up e a única coisa que pede é que ele o encare: "Tá me vendo? Olha para mim!".

Continuamos sem olhar.